É verdade que não precisa de fazer a revisão do carro se circular pouco? Não pode circular sem os dois médios? Os pneus novos devem ficar à frente ou atrás? O selo da inspeção tem de ficar no para-brisas?
Há mitos e dicas que ouvimos durante toda a vida, mas nem todos são verdade. Fique a saber de alguns
Não preciso de fazer a revisão do carro se circular poucos kms por ano
Mentira! Deve fazer sempre a revisão do seu carro, mesmo que circule pouco. O motivo é simples: ainda que não faça um uso intensivo do seu carro, alguns componentes vão apresentar desgaste. Um bom exemplo é o óleo, que deve ser mudado (no máximo!) a cada 2 anos.
Há ainda outros componentes que se degradam com o tempo, independentemente do uso que faz do carro, tais como:
- peças com prazos de validade, incluindo airbags (nos carros anteriores a 2005);
- filtros, incluindo os filtros de ar do habitáculo;
- correias de distribuição;
- escovas limpa-vidros;
- plásticos do tablier;
- extintores, no caso de ter extintor no carro (obrigatório em alguns países Europeus, como Espanha ou Alemanha);
- bateria, que também pode ficar “viciada”, tal como acontece com os nossos telemóveis e computadores. Convém trocá-la, em média, a cada 2-4 anos.
Finalmente, a própria borracha dos pneus começa a perder propriedades ao fim de 5 anos, mesmo que nunca tenha tirado o carro da garagem! Como se costuma dizer… nada é eterno.
É obrigatório ter pelo menos um médio e dois mínimos a funcionar
Verdade! As luzes dos carros são um dos temas que gera mais dúvidas entre os condutores. Não é difícil perceber porquê: temos as luzes de presença (“mínimos”), luzes de cruzamento (“médios”), as luzes de estrada (“máximos”), os indicadores de mudança de direção (“piscas”), luzes de travão, luzes de sinalização, luzes de nevoeiro e luzes de chapa (na matrícula)! É mesmo preciso que estejam todas a funcionar para circular?
Felizmente, não. Mas é proibido o trânsito de automóveis com avaria nas luzes médias e sem as luzes de presença (os mínimos) a funcionar. Para circular na estrada, deve ter a funcionar, pelo menos:
- dois médios ou o médio do lado esquerdo e os dois mínimos à frente + um indicador de presença (mínimo) no lado esquerdo e uma das luzes de travagem, quando obrigatória à retaguarda;
- luzes avisadoras de perigo (ou seja, os 4 piscas ligados), para transitarem pelo tempo necessário até chegar a um local seguro de paragem ou estacionamento.
O que acontece se as luzes do carro avariarem na auto-estrada?
Se as luzes do carro avariarem na autoestrada, deve sair imediatamente da faixa de rodagem. Se cumprir a primeira condição descrita acima, ou seja, se tiver 2 médios, ou o médio do lado esquerdo com os 2 mínimos à frente, mais um indicador de presença no lado esquerdo e uma das luzes de travagem à retaguarda, pode circular até à área de serviço ou saída mais próxima.
É aconselhável colocar pneus novos no eixo traseiro
Verdade! Se não vai trocar os 4 pneus, mas sim apenas 2, deve colocar os pneus novos no eixo traseiro e os pneus “velhos” na dianteira, desde que estejam em boas condições. Isto é válido para qualquer carro, quer tenha tração traseira, dianteira ou conjunta. Mas apesar de esta ser a prática recomendada, não é a mais intuitiva.
Como os pneus da dianteira se desgastam mais, muitos condutores seguem o instinto de colocar os pneus novos à frente. Por outro lado, o condutor sente o carro mais “firme” com os pneus novos. Então porquê colocar os pneus velhos à frente? Porque os pneus velhos não conseguem manter a trajetória do carro, especialmente em zonas com água, neve ou gelo, em que o carro desliza.
Dica extra para aumentar a vida útil dos pneus:
É verdade que os pneus dianteiros têm mais desgaste do que os traseiros. Para equilibrar o desgaste e compensar este desequilíbrio, troque-os de posição a cada 10.000 km. Saiba mais sobre os pneus do seu carro.